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Projeto Afya Amazônica realiza ações com foco nos impactos das mudanças climáticas na saúde de comunidades da região

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Em um momento em que os olhares do mundo se voltam para o Brasil com a chegada da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), o projeto Afya Amazônica se destaca como uma resposta concreta aos desafios que unem saúde e meio ambiente.

Idealizado pela área de Sustentabilidade da Afya, o projeto reúne uma série de iniciativas voltadas para as comunidades mais vulneráveis da região, muitas delas diretamente afetadas pelas mudanças climáticas. As ações reforçam a importância de integrar conhecimento acadêmico e práticas locais na construção de soluções eficazes para a realidade amazônica.

“A relação entre a Afya e Norte do país é forte e de longa data. Estamos presentes na região desde 2019 com 16 unidades de ensino e, no contexto da COP30, desenvolvemos o projeto Afya Amazônica, no final de 2024, para dar visibilidade sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde, algo que nossos professores, médicos, mestres e doutores que atuam na região têm encarado diariamente”, destaca Gustavo Meirelles, VP Médico da Afya.

Confira abaixo as ativações realizadas no primeiro semestre que integram o projeto Afya Amazônica.

TEDxAmazônia

Tela de televisão com imagem de jogo de vídeo gameO conteúdo gerado por IA pode estar incorreto., Imagem

A Afya marcou presença e foi uma das empresas patrocinadoras do TEDxAmazônia, evento que promoveu um resgate da conexão com a natureza, saberes ancestrais e a responsabilidade com o futuro. Especialistas de diversas áreas mostraram que é preciso compreender os efeitos do colapso ambiental sob diversas perspectivas, com impacto direto na vida e na rotina de comunidades inteiras.

Em algumas palestras nos três dias de evento foi possível observar um chamado claro e urgente: médicos e profissionais de saúde são parte essencial deste debate sobre os efeitos das mudanças climáticas, seja no olhar da prevenção, seja na gestão das crises de saúde.

Exame ESG Summit Belém

Pessoas na frente de um prédioO conteúdo gerado por IA pode estar incorreto., Imagem

No dia 10 de junho, uma parceria entre a Afya e a revista Exame resultou na realização do Exame ESG Summit.  Pela primeira vez, o evento aconteceu em Belém, capital paraense, na unidade de pós-graduação médica da Afya e contou com a presença de profissionais que atuam na região Norte, além de Fagner Carvalho, médico infectologista, professor na Afya Abaetetuba (PA) e aluno de pós-graduação da Afya Belém; Felipe Dias, professor e coordenador de Pesquisa e Extensão na Afya Guanambi (BA); e Gustavo Meirelles, vice-presidente médico da Afya.  

A pauta principal do encontro foi a conexão entre clima e saúde na Amazônia. O aumento da temperatura e das chuvas irregulares pode favorecer a proliferação de doenças tropicais, como a malária e a dengue. Além disso, eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e inundações, podem comprometer o acesso a água potável e alimentos, afetando diretamente a saúde das comunidades locais.

“A demanda crescente na saúde motivada pelas mudanças climáticas reforça a importância de investimentos em saúde pública e capacitação de profissionais para atender aos moradores da região. Os médicos precisam atuar na saúde de uma maneira não apenas tecnicista, mas também, com um olhar mais amplo, entendendo que o ser humano precisa de um cuidado mais integrado, que considera o ambiente em que está inserido”, ressalta Fagner Carvalho.

Capacitação para Agentes Comunitários de Saúde

Pessoas sentadas em auditórioO conteúdo gerado por IA pode estar incorreto., Imagem

Com o objetivo de fortalecer o atendimento básico de saúde nas comunidades de Abaetetuba, nordeste do Pará, mais de 400 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) participaram, no dia 27 de junho, de uma capacitação promovida pela Afya Abaetetuba. O treinamento foi ministrado por profissionais do Instituto Evandro Chagas, órgão de quase 90 anos e que é vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

“Vimos a importância e a necessidade de capacitar esses profissionais que estão na ponta e que conhecem a fundo a situação de saúde das comunidades. Por isso, desejamos que eles estejam ainda mais preparados para atuar na prevenção, na educação em saúde e no encaminhamento adequado dos casos motivados por alterações no clima para as Unidades Básicas de Saúde (UBS)”, explica Wanderson Gonçalves, responsável pela Coordenadoria de Pós-graduação, Pesquisa, Extensão, Inovação e Internacionalização da Afya Abaetetuba.

Durante o treinamento, os participantes aprenderam a identificar sinais e sintomas de doenças ligadas diretamente às mudanças climáticas, divididas em quatro eixos fundamentais: arboviroses, doenças respiratórias e alérgicas, doenças transmitidas por água contaminada, e ainda, doenças dermatológicas e micóticas, que afetam as comunidades mais vulneráveis da Amazônia.

“As capacitações são de fundamental importância para cada vez mais nós termos aprimoramento, adquirir mais conhecimento para aplicar eles em nossas comunidades e efetivarmos uma ação mais educativa de prevenção e qualidade à nossa população da zona rural”, garante Edjunior Martins, ACS da UBA Colônia Velha, na comunidade de Santa Maria do Ipixuna.

Expedição Rios de Saúde

Homem sentado ao lado de meninoO conteúdo gerado por IA pode estar incorreto., Imagem

Abaetetuba também foi palco de outra ação que visa preencher vazios na saúde de comunidades vulneráveis da Amazônia. Nos dias 30 de junho e 01 de julho, médicos e estudantes de medicina do município, médicos de faculdades Afya de outros estados e alunos médicos da Afya Belém foram voluntários da 3ª edição da Expedição Rios de Saúde. Juntos, eles realizaram atendimentos gratuitos e exames, além da entrega de medicamentos, na comunidade quilombola Piratuba, onde residem mais de 2 mil moradores que vivem essencialmente da pesca artesanal, agricultura familiar, extrativismo e saberes ancestrais.

Os quilombolas receberam atendimento nas áreas de cardiologia, pediatria, clínica médica, infectologia, geriatria e psiquiatria. Também tiveram acesso a exames renais e eletrocardiograma, além de testes rápidos. Nesta edição, os profissionais adotaram uma abordagem mais atenta aos sintomas de doenças motivadas ou potencializadas pelos efeitos das mudanças no clima e altamente prevalentes na região, também conhecidas como “doenças negligenciadas”, como doença de chagas, dengue, zika, chikungunya, esquistossomose, tuberculose e outras.

“Levar atendimento médico às comunidades remotas da Amazônia é mais do que uma ação solidária. É uma resposta necessária a uma realidade de exclusão histórica, agravada pelas mudanças climáticas. Essa expedição é uma ponte entre a formação médica e a responsabilidade social”, destaca Álvaro Pinto, diretor da Afya Abaetetuba, idealizadora do Rios de Saúde.

Nesta edição, foram selecionados professores do curso de Medicina de unidades Afya de diferentes regiões do Brasil, além de médicos alunos da pós-graduação médica, em Belém, para atuarem como voluntários na ação. “Foi uma experiência única. São situações e território diferentes do que eu estou acostumada. Durante as visitas domiciliares a pacientes acamados ou com pouca mobilidade, presenciei histórias de dificuldade de acesso ao sistema de saúde, não apenas em termos de distância, mas também pelo que está disponível na rede. Estou grata por ter feito a diferença na vida dessas pessoas, indo até elas, escutando suas queixas e por ter contribuído para a melhora da saúde de suas famílias”, comenta Gabrielli Socha, médica da família e comunidade, e professora selecionada do UNIDEP | Afya, em Pato Branco (PR).  

Segundo Helena Santos, presidente do território quilombola do Piratuba, um dos principais anseios da população é por consultas médicas de especialidades. “Temos muitas crianças aqui e elas chegam a esperar por um atendimento com pediatra por seis meses ou mais”, relata. Margarida Cardoso aproveitou a ação na comunidade para levar os dois netos, de 6 e 9 anos, para uma consulta com pediatra, especialidade mais procurada nos dois dias de expedição. “Foi um prazer e alegria receber essa ação em nossa comunidade. Gostei muito da consulta com a médica. Ela examinou ‘todinho’ meus netos e ainda me deu os remédios que eles precisavam, pois nós não temos condições de comprar”, diz a moradora do Piratuba.

Todos esses esforços mostram que cuidar da Amazônia vai além da preservação ambiental: é também garantir saúde e dignidade a quem vive nas margens dos grandes rios, longe dos centros urbanos e das políticas públicas tradicionais. “A nossa atuação na região é de antes da COP30 e vai além dela. O compromisso da Afya em levar saúde e educação, não apenas para a população, mas também para aqueles que cuidam da saúde das pessoas, médicos, professores e estudantes de medicina, é de longo prazo. Por isso, continuaremos a investir em outras ações ligadas a pauta de mudanças climáticas e saúde na Amazônia”, reforça Cíntia Marin, diretora de Sustentabilidade e Relações Públicas da Afya.